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Araponga (ave)

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaAraponga
Procnias nudicollis
Procnias nudicollis
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Cotingidae
Subfamília: Cotinginae
Género: Procnias
Illiger, 1811
Espécies
Ver texto.

Araponga é o nome comum dado as aves passeriformes do género Procnias, encontrados nos Neotrópicos. São membros da família Cotingidae. Estão todos restritos a regiões de floresta úmida tropical ou subtropical, geralmente em altitudes baixas ou contrafortes. Possuem cantos extremamente altos que lembram uma campainha de metal sendo tocada.[1]

A araponga é conhecida em todo o Brasil pelo seu grito alto e estridente. Em outras regiões do país, ela é conhecida por guiraponga, ferreiro ou ferrador, sendo que esses dois últimos nomes vêm do seu canto, que aparenta imitar o trabalho de um ferreiro, primeiramente com uma lima e a seguir com a batida estridente de um martelo sobre uma bigorna.[2][3]

A araponga-comum (Procnias nudicollis) é famosa e perseguida pelo tráfico de animais, o que ocasiona na redução de sua população. É considerada "A voz da Mata Atlântica" devido a habitar este bioma, e ser mencionada múltiplas vezes pelos primeiros viajantes e naturalistas que visitaram o Brasil nos séculos XIX e XVIII.[4] Também é considerada como ave nacional do Paraguai.[5]

O nome genérico masculino "Procnias" deriva do grego Prokne ou Procne: um personagem da mitologia grega que se metamorfoseia em uma andorinha (ver Procne).[6]

Araponga deriva do tupi gûyraponga", e vem de gûyrá (ave), pong (o que soa, o que bate) e o sufixo substantivador -a, significando "ave que bate", ou "ave que martela", devido ao som monótono e metálico que ela produz.[7]

Características

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As espécies deste género são cotingídeos grandes e espetaculares, os machos medindo cerca de 28  cm de comprimento e as fêmeas 27 cm. São caracterizados por um forte dimorfismo sexual. Os machos têm plumagem predominantemente branca, com face nua e uma espécie de "barba". Como seu nome comum indica, os machos têm cantos muito altos e profundos que ecoam na selva. As fêmeas não possuem barbas e pele nua, e sua plumagem é principalmente oliva com estrias amareladas. Exceto pela vocalização, eles são muito discretos e permanecem empoleirados no topo da copa. Possuem alimentação frugívera, alimentam-se inteiramente de frutas.[8][9]

De acordo com as classificações do Congresso Ornitológico Internacional (IOC),[10] e Clements Checklist v2017,[1] o género possui quatro espécies reconhecidas:

Imagem Nome Científico Nome Comum Distribuição Estado
Procnias tricarunculatus Araponga-do-nicarágua Costa Rica, Honduras, Nicarágua e Panamá  VU 
Procnias albus Araponga-da-amazônia Guianas, Venezuela e Brasil  LC 
Procnias averano Araponga-do-nordeste Venezuela, Colômbia, Guiana, Trindade e Tobago e Brasil  LC 
Procnias nudicollis Araponga-comum Brasil, Paraguai e Argentina  VU 

Referências

  1. a b Clements, J. F.; Schulenberg, T. S.; Iliff, M. J.; Roberson, D.; Fredericks, T. A.; Sullivan, B. L.; Wood, C. L. (2017). ««The eBird/Clements checklist of birds of the world: v2017»» (em inglês). The Cornell Lab of Ornithology (Planilla Excel) 
  2. Sick, Helmut (2001). Ornitologia Brasileira (Edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco). Rio de Janeiro: Nova Fronteira 
  3. «araponga (Procnias nudicollis) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil». www.wikiaves.com.br. Consultado em 17 de setembro de 2021 
  4. Brumatti, Gabriela (17 de julho de 2020). «Araponga, ave ameaçada da Mata Atlântica, é flagrada na cidade de São Paulo». G1. Terra da Gente. Consultado em 17 de setembro de 2021 
  5. Pardini, Veronica (1 de junho de 2013). «Diretamente do Paraguai! Araponga». VeVet. Consultado em 17 de setembro de 2021 
  6. Jobling, J. A. (2017). Procnias Key to Scientific Names in Ornithology (en inglés). En: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 23 de agosto de 2018.
  7. NAVARRO, Eduardo de Almeida. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. (Ver o verbete "pong")
  8. Snow, David William (1982) The Cotingas: Bellbirds, Umbrella birds and their allies. British Museum Press. ISBN 0-19-858511-X
  9. Ridgely, Robert & Tudor, Guy. (2009) Procnias, p. 513-514, láminas 72(1-3), em Field guide to the songbirds of South America: the passerines edição – (Mildred Wyatt-World series in ornithology). University of Texas Press, Austin. ISBN 978-0-292-71748-0
  10. Intenatinal Ornithological Congress (Cotingas), 2018 list of birds.

Ligações externas

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